No entanto, se os líderes e gestores quiserem fazer esta transição com sucesso, terão de fazer algo que não estão habituados a fazer: conceber acordos de trabalho híbridos tendo em mente as preocupações humanas individuais e não apenas as institucionais.
Descobrir como fazer isso está longe de ser simples. Isso porque para projetar um trabalho híbrido adequadamente, é preciso pensar nele em dois eixos: lugar e tempo.
O lugar é o eixo que mais chama a atenção no momento. Tal como os funcionários da Fujitsu, milhões de trabalhadores em todo o mundo fizeram este ano uma mudança súbita de estarem limitados pelo local (trabalhar no escritório) para não terem restrições de local (trabalhar em qualquer lugar). Talvez menos notada seja a mudança que muitos também fizeram ao longo do eixo do tempo, de pessoas com restrições de tempo (trabalhando de forma síncrona com outros) para sem restrições de tempo (trabalhando de forma assíncrona sempre que quiserem).
Para ajudar os gerentes a conceituar a natureza bidimensional desse problema, há muito tempo uso uma matriz 2×2 simples organizada ao longo desses eixos. Antes da Covid-19, a maioria das empresas oferecia flexibilidade mínima em ambas as dimensões. Isso os colocou no quadrante inferior esquerdo, com os funcionários trabalhando no escritório durante os horários prescritos. Algumas empresas começaram a aventurar-se no quadrante inferior direito, permitindo horários mais flexíveis; outros estavam fazendo experiências no quadrante superior esquerdo, oferecendo aos funcionários mais flexibilidade no local de trabalho, na maioria das vezes em casa. Poucas empresas, no entanto, estavam a passar diretamente para o quadrante superior direito, que representa um modelo de trabalho em qualquer lugar e a qualquer hora – o modelo híbrido.